sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

BATO, o DESICIATE (Século I d.C.)

Bato, o Desiciate
Também conhecido como Bato I, para diferenciá-lo de outro homônimo ilírio e coevo. Bato foi um guerreiro Ilírio que liderou a tribo dos desiciates (Daesitiates nos escritos latinos) na Grande Revolta Ilírica contra o Império Romano entre os anos 6 e 9 d.C. Ele nasceu provavelmente entre 35 e 30 a.C. no que é hoje a Alta Bósnia. Bato pertencia à tribo dos desiciates cuja terra natal era no que é hoje Bósnia central. Desde 33 a.C, os desiciates estavam sob domínio romano como uma civitas peregrina semi-independente. A civitas dos desiciates fazia parte da província de Illyricum com capital em Salona na costa do Adriático. Bato foi, provavelmente, um membro de uma distinta família autóctone, e quando adulto, ele tornou-se provavelmente um oficial político e militar dos desiciates. No ano 6 d.C., os romanos planejavam atacar os marcomanos, povo germânico, e para isto o imperador César Augusto ordenou a mobilização das forças auxiliares da Ilíria. Mas, na primavera do mesmo ano as forças ilírias na região da atual Bósnia se rebelaram com Bato como seu líder. Na região da Panônia na província romana de Illyricum, os breucos (em latim Breuci) também se rebelaram. O líder dos Breucos, também chamado Bato, tornou-se líder dos rebeldes na Panônia. Estes dois centros de resistência uniram-se no outono de 6 d.C., e os dois Batos tornaram-se líderes de guerra com um exército de rebeldes aliados. A Grande Revolta da Ilíria (Bellum Batonianum ou Revolta Panoniana) foi preocupante ao para o império. O Illyricum estava no flanco oriental da Itália, expondo a terra central de Roma ao medo de uma invasão rebelde.  Estima-se que cerca de 209.000 ilírios da Dalmácia e Panônia se levantaram em armas contra o exército romano conforme o relato do historiador Veleio Patérculo. Outro líder ilírio, Pines, liderou os panônios contra os romanos.

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A Grande Revolta Ilírica
Roma enviou 10 legiões e o mesmo número de auxiliares, aliados e forças mercenárias para esmagar a revolta. Tiveram ainda ajuda do rei da Trácia, Remetalces I, um amicus (aliado) romano. Muitos dentro das legiões romanas eram veteranos de guerra. O comandante supremo de todas as forças romanas era futuro imperador Tibério. Bato, o Desiciate, tentou em vão tomar Salona, e depois que ele foi derrotado por Marco Valério Messala Messalino, o governador da Ilíria, ele se retirou para o norte para juntar forças com outro Bato (Bato II), o líder do breucos. Após dois anos de guerra, no verão de 8 d.C., Bato dos breucos rendeu suas forças a Tibério, na margem do rio Bathinus (provavelmente o rio Bosna). Logo depois, ele foi capturado pelo Bato dos desiciates, que em uma assembléia de desiciates condenou Bato, o Breuco, à morte e o executou. No ano seguinte, Tibério e Germânico lançaram uma operação contra os desiciates. Após ferozes batalhas em setembro de 9 d.C., apenas alguns dias antes da Batalha da Floresta de Teutoburg (onde as legiões romanas sofreram uma terrível derrota para os germanos), Bato e os desiciates se renderam a Tibério.
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O Lago Jablanika na Bósnia em torno do qual habitavam o povo de Bato, o Desiciate.
 Alega-se que, quando Tibério perguntou a Bato e aos desiciates por que eles haviam se rebelado, Bato teve a fama de ter respondido: "Vocês romanos são culpados por isso, porque vocês enviam como guardiões de seus rebanhos, e não cães ou pastores, mas os lobos". Bato passou o resto de sua vida na cidade italiana de Ravena. Os romanos além de cometer atrocidades durante a guerra, separaram as tribos da Ilíria em grupos diferentes do que os que tinham anteriormente. As civitates administrativas do Osseriates, Colapiani e Varciani provavelmente foram criadas a partir dos breucos. Outros membros de tribos foram provavelmente vendidos como escravos ou deportados em diferentes locais, tais como a Azali.


FONTE:
http://en.wikipedia.org/wiki/Bato/Baton
http://en.wikipedia.org/wiki/Great_Illyrian_revolt
http://it.wikipedia.org/wiki/Rivolta_dalmato-pannonica_del_6-9

BALLAIOS (Século II a.C.)

Ballaios (em grego: Βαλλαῖος). Teria governado em c. de 167-135 a.C. ou c.195-175 a.C.) possivelmente como um rei ilírio dos ardieus. Também é conhecido como Ballaeus. Ballaios não foi citado por nenhum escritores antigos de sua época ou de épocas posteriores. Ele é atestado em moedas encontradas em ambas as costas do Adriático. Se ele tivesse sido documentado Políbio ou Tito Lívio, sem dúvida, o teriam chamado de "rei da ilírio”. Atualmente, é interpretado como um governante Ilírio documentado apenas por suas moedas. Embora a abundância de suas moedas na região sugiram que ele tenha sido uma figura muito influente não há nenhuma evidência literária ou histórica de sua existência. As moedas do bem conhecido rei ilírio Gêncio são escassas em comparação às moedas de Ballaios. Esse parece ter governado a antiga fortaleza da Rainha Teuta, Rhizon (agora Risan). Na época a região era parte da República Romana e o Estado Ardieu tinha sido dissolvido desde o tempo de Gêncio.
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Moeda de bronze com a efígie de Ballaios
Alguns estudiosos identificam Ballaios com Belo (Bellus), um dos emissários ardieus enviados por Gêncio para necociar com os romanos. Embora, do ponto de vista linguístico esta identificação seja muito problemática. Esse argumento não tem muito peso, mesmo se o emissário tivesse o nome Ballaios, pois os romanos aniquilaram o Estado Ardieu e fundaram três regiões administrativas em que não havia lugar para um rei mesmo que o emissário herdasse o trono. As moedas de Ballaios foram cunhadas em seu próprio nome. Suas moedas têm a legenda completa em grego ΒΑΣΙΛΕΩΣ ΒΑΛΛΑΙΟΥ (βασιλέως Βαλλαίου) e foram cunhadas em Rhizon enquanto que as moedas com a legenda curta ΒΑΛΛΑΙΟΥ e a efígie do rei Ballaios são de um tipo diferente e mais velhas, foram cunhadas em Faros. A distribuição de sua cunhagem indica que elas estavam concentradas na área central da Dalmácia. Houve uma grande cunhagem e distribuição de suas moedas. A evidência numismática mostra que Ballaios reinou por um bom tempo longo. Suas moedas também são freqüentemente encontradas na Itália, o que confirma os contatos comerciais entre os dois lados do Adriático.
Moeda de Ballaios
Ao longo do Adriático oriental, elas foram encontrados em uma ampla área que se estende desde Fênice (atual Finiq, Albânia) no Épiro até Scrodra (atual Shkodër, Albânia), Faros (Hvar, Croácia), e ao longo do Adriático ocidental de Leuca e Locri à Aquileia, indicando a atividade de comércio de Ballaios numa área que já não era controlada por Issa, colônia grega que fiucava na atual ilha de Vis, Croácia. Naturalmente, as moedas de Ballaios também foram encontradas em uma ampla área de Narona, o mais importante empório greco- ilírio, que situado junto com o rio Neretva, mantinha contatos comerciais e de outros tipos com as regiões do interior da Ilíria. Relações políticas e econômicas entre os monarcas ilírios e várias regiões da Grécia, bem como os laços, mesmo de casamento entre reis e rainhas ilírios e gregos dificilmente eram excepcionais. A descoberta de moedas de Ballaios,  juntamente com outras  moedas ilírias gregas em Bari no sul da Itália testifica o alcance do comércio entre italiotas, ilírios e gregos. Outros sítios onde a cunhagem de Ballaios foi encontrada em um contexto arqueológico é na cidade de Daorson (cujas ruínas situam-se em Osanic, na Bósnia).
Moeda de Ballaios
FONTES:
http://en.wikipedia.org/wiki/Ballaios
http://www.acsearch.info/search.html?search=&view_mode=0&c=12&a=253&l=&page=14

EPULON (181 -177 a.C.)

Epulon (também conhecido como Epulo, Epulone, Aepulo, governou em c. de 181-177 a.C.) foi um rei ilírio da Hístria, no norte da Ilíria (atual península de Ístria na Croácia). Tito Lívio, que descreveu as guerras romanas contra os histros chama-o de rei. No entanto, Epulon não era verdadeiramente um rei no sentido de que Tito Lívio pensa, mas o líder da tribo dos histros, escolhido pelo conselho tribal. Epulon guerreou contra uma série de comandantes enviados pela República Romana, durante um período de expansionismo romano na primeira metade do século II a.C. até sua morte em 177 a.C. Epulon também é conhecido como Epulo, Epulone ou Aepulo.
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Ístria na atual Croácia era a terra de Epulon

Península de Ístria
Os histros (do latim histri sendo também conhecida a forma istri pelo grego grego Ιστρών έθνος, istrón étnos, ‘povo istro’) eram uma antiga tribo, que o geógrafo Estrabão se refere como vivendo na Ístria, a qual deram o nome. Os histros são classificados em algumas fontes como uma tribo ilíria “venética", com certas diferenças linguísticas dos outros ilírios. Os romanos descreveram os histros como uma feroz tribo de piratas, protegidos pela difícil navegação de suas costas rochosas. Houveram duas campanhas militares para os romanos, finalmente, subjugá-los em 177 a.C. A região era então chamado, juntamente com a parte venética (“veneziana”) de Venetia et Histria, uma definição antiga da fronteira nordeste da Itália. Conflito entre os histros e os romanos era inevitável, uma vez que os romanos conquistaram vários povos do norte da Itália e da porção veneziana do Mar Adriático. Portanto, ao mesmo tempo em que os romanos estavam em guerra com o reino dos ardieus, tribo ilíria ao sul, as guerras começaram também contra os ilírios do norte do Adriático e Alpes orientais. A primeira guerra entre os histros e Roma começou em 221 a.C. A colônia de Aquileia foi fundada para impor um limite de defesa entre os ilírios, mas os histros viram isso como um perigo para a sua independência.

Vaso hístrio
Em 181 a.C. os histros tentaram impedir a construção da cidade, mas o general romano, Buteoni ganhou outra batalha contra eles e estabeleceu a paz. Mais tarde, naquele ano, Epulon tornou-se rei dos histros. Epulon era um guerreiro e líder inflexível. Assim que assumiu a liderança de seu povo, ele se preparou para batalhar contra os romanos. Esses não se permitiriam ser tomados de surpresa e em 178 a.C. eles mandaram um exército sob o comando de A. Mânlio para Aquileia. O desfecho da guerra oscilava em ambas as direções. Diante disso Roma enviou forças ainda maiores em 177 a.C. Os histros fizeram um ataque bem sucedido em um acampamento romano e expulsaram as legiões, que em pânico, rapidamente fugiram. Os homens de Epulon tomaram um grande espólio de objetos de valor, equipamentos, comida e vinho. Após sucessos iniciais para derrotar os seus inimigos em Aquileia, Epulon foi derrotado no norte da Ístria e forçado a retirar suas forças para Nesactium, a capital dos histros.
Vista aérea do sítio arqueológico de Nesactium em Nezakcij na Croácia
Antes de atacar Nesactium os romanos capturaram outros sítios importantes dos histros na Ístria. Diz-se que os romanos foram primeiramente incapazes de tomar Nesactium e não tiveram qualquer sucesso em seu longo cerco da cidade. Sob o comando de Caio Cláudio Pulcro, que havia trazido duas novas legiões, os romanos em poucos dias, desviaram o curso de um rio que protegia Nesactium e fornecia-lhes água. Os histros escolheram lutar ao invés de se render e entregar a cidade. E o fizeram de forma terrível. Os histros mataram suas mulheres e filhos e os jogaram dos muros da cidade ao mesmo tempo lutavam contra os romanos. Quando Epulon percebeu que os romanos tinham vencido, ele cometeu suicídio penetrando-se com uma espada para evitar que os romanos o fizessem prisioneiro. Os sobreviventes foram mortos ou feitos prisioneiros. Após a queda de Nesactium, outros cidades não partilharam o ardor contra o invasor. Em breve todas a Ístria foi conquistada, bem como a independência do histros. De acordo com Tito Lívio, os histros foram vendidos como escravos.
Ruínas de Nesactium

FONTE:
http://en.wikipedia.org/wiki/Epulon
http://istrianet.org/istria/index.html

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

HILO (c. 1225 a.C.?)

Os Hylli ou Hileanos eram uma tribo dórica ou ilíria da Dalmácia, de quem Hilo (Ὕλλος, Hyllos, em grego) foi epônimo. O nome persistiu até a época romana como Hyllica, o nome de uma península na costa sul de Šibenik. No século XX, o movimento de Despertar Nacional da Albânia alegou que Hilo era um "rei ilírio", alegadamente "registrado" como tendo morrido em 1225 a.C. O escritor albanês Constantin A. Chekrezi em sua obra Albania Past and Present, indica que o nome de Hilo se relaciona etimologicamente com a palavra albanesa para a estrela (yll).
Sibenik

FONTE:
http://en.wikipedia.org/wiki/Hyllus

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

GÊNCIO (181-168 a.C.)

Gêncio (do latim Gentius pelo grego Génthios (Γένθιος); governou entre 181-168 a.C.) foi o último rei da Ilíria do Estado Ardieu. O nome parece derivar do proto-indoeuropeu *g'en "gerar", cognato do latim gens, gentis: "parentes, clã, raça". Ele era o filho de Pleurato III, um rei ardieu que manteve relações muito fortes com Roma. A principal cidade Gêncio foi Scodra (atual Shkodra na Albânia), a capital do Estado Ardieu naquele tempo. A legenda de suas as moedas foi escrita em grego antigo: (grego: ΒΑΣΙ ΓΕΝ, Basi Gen), ou (em grego: ΒΑΣΙΛΕΩΣ ΓΕΝΘΙΟΥ, Basileos Genthiou, isto é, [do] Rei Gêncio) provenientes de Scodra.
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Moeda com a efígie de Gêncio

Relações com Roma
Por 181 a.C., o rei dos ardieus, Pleurato III, fiel aliado romano, foi sucedido por seu filho Gêncio. Durante seu reinado, as relações entre o Estado Ardieu e Roma começaram a diminuir. A costa e o interior ao sul do rio Drin permaneceram sob o controle romano desde a Primeira Guerra Ilírica (229-228 a.C.) contra a rainha Teuta. Gêncio procurou aumentar o seu poder sobre os povos ilírios vivendo ao norte e oeste da Ilíria. Entre as ilhas ilírias, a cidade grega de Issa tinha mantido alguma forma de independência sob proteção romana, mas Faros permaneceu em posse da Ilíria. No continente, os dálmatas e os daorsos eram súditos dos ardieus no tempo de Pleurato III, mas os primeiros se separaram logo após a ascensão de Gêncio. A força ilíria estava em sua marinha, e foi sua interferência no comércio do Adriático que mais uma vez despertou o interesse romano na região.
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O reino ardieu sob o reinado de Gêncio
Em 180 a.C., um pretor romano responsável pela proteção costeira chegou em Brudisium com alguns navios de Gêncio alegando terem sido pegos no ato de pirataria. Uma embaixada para Ilíria não conseguiu localizar o rei, mas o pretor descobriu que os romanos eram mantidos como reféns em (Corcira Negra, atual Korcula na Croácia). Nenhum resultado do caso é relatado e pode muito bem ser que o Senado aceitou a resposta dos enviados de Gêncio de que as acusações eram falsas. Dez anos mais tarde, quando Roma foi entrou em guerra contra o rei Perseu da Macedônia, a cidade de Issa acusou Gêncio de conspirar a guerra com o rei macedônio e agora aos enviados ilírios foi negada uma audiência perante o Senado. Em vez disso os romanos apreenderam 54 lembi (navios leves) ilírios que estavam fundeados no porto de Epidamno. Na véspera da guerra um senador romano foi enviado para a Ilíria para lembrar a Gêncio de sua amizade formal com a República Romana.
Ilha de Korcula

Aliança com a Dardânia e a Macedônia
Em 169 a.C. Gêncio arranjou o assassinato de seu irmão Plator que foi morto porque seu plano de se casar com Etuta, filha do rei da Dardânia, Monúnio, teria feito ele muito poderoso. Gêncio tomou a noiva do Plator como esposa, garantindo a aliança do poderoso Estado Dardânio. Perseu, rei da Macedônia, tendo capturado vários postos romanos na Ilíria romana, controlava a principal rota oeste para o Estado Ardieu. Roma e Macedônia viviam sua Terceira Guerra (171-168 a.C.). Neste ponto Perseu enviou primeiro sua embaixada a Gêncio na pessoa de Pleurato, ilírio exilado na Macedônia. Gêncio estava em Lissus e foi informado dos sucessos de Perseu contra os romanos e dardânios e sua recente vitória entre os penestas da Tessália. O rei ilírio respondeu que não lhe faltava a vontade de lutar contra os romanos, mas somente o dinheiro. Não houve promessas macedônias sobre este ponto por esta embaixada ou pela outra enviada de Stuberra pouco depois. Perseu continuou seus esforços para envolver Gêncio na guerra, de preferência sem nenhum custo para o seu tesouro. No entanto, o embaixador Pleurato levantou 1000 homens de infantaria e 200 de cavalaria entre os penestas.
Moeda com a efígie do rei Perseu
A invasão romana da Macedônia em 168 a.C. forçou a Perseu prometer um subsídio para Gêncio, cujos navios poderiam ser empregados para atacar os romanos. A soma de 300 talentos foi mencionada e Perseu enviou Pantauco, seu amigo, para fazer os arranjos. Na cidade de Meteon houve troca de reféns (como garantia) e Gêncio aceitou o juramento do rei. Ele enviou Olímpio com uma delegação a Perseu para recolher o dinheiro e o tratado foi celebrado com uma cerimônia em Dium, no Golfo de Salônica. Um desfile oficial da cavalaria macedônia foi realizado o que pode ter impressionado os ilírios e a cavalaria pode ter representado os macedônios na ratificação do tratado. Os 300 talentos foram contados fora do tesouro real em Pela, antiga capital macedônica, e os ilírios foram autorizados a marcá-lo com seu próprio selo. Um adiantamento de talentos, em seguida, foi encaminhado para Gêncio, que iniciou as hostilidades contra os romanos. Quando Gêncio aprisionou dois enviados romanos enviados por Ápio Cláudio em Lychnidus, Perseu reteve o resto do subsídio acreditando que Gêncio era agora seu aliado irrevogavelmente.
Guerreiros ardieus

Preparando-se para a Guerra
Gêncio seguiu a nova orientação antirromana na política externa ilíria com uma série de medidas para reforçar o Estado Ardieu. Primeiro, ele concentrou as finanças através da criação de único um imposto sobre todos os súditos e assumindo o controle real da produção de moedas de Lissus e Scodra, as duas cidades onde residiu. Neste momento foi Gêncio cunhou moedas de bronze. No tesouro de Selcë (Albânia) há duas moedas de Gêncio com emblemas da Macedônia. As outras moedas de Gêncio representam provavelmente a sua efígie com uma espécie de chapéu não muito diferente de um petasos (chapéu greco-romano de abas longas) e um torque em torno de sua cabeça, e no reverso um raio e um navio de guerra, o Lembi
Moeda ilíria proveniente de Scodra
Assim, de acordo com um inventário feito pelos romanos, o tesouro real dos ardieus tinha 27 quilos de ouro, 19 de prata, 120 mil dracmas ilírios e 13.000 denários romanos, na véspera da guerra com Roma. Gêncio e Perseu enviaram uma embaixada conjunta para convidar Rodes, importante cidade e ilha do Mar Egeu, na guerra contra Roma. Gêncio também construiu uma frota de 270 lembi, fato que mostra que o inimigo estava preparando-se para enfrentar viria através do Adriático. Um exército de 15.000 homens completaram a máquina militar do Estado Ardieu. Gêncio agora estava preparado para ir à guerra com Roma.

A Terceira Guerra Ilírica (168 a.C.)
Entre janeiro e fevereiro de 168 a.C. Gêncio havia reunido a sua força de 15.000 homens e uma frota de lembi em Lissus, a cidade mais meridional do de seus domínios. Gêncio avançou em território romano e sitiou a cidade ilíria de Bassania, uma aliada romana, que se recusou a se entregar, embora estivesse a apenas 5 km de Lissus.
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A atual cidade albanesa de Lezhe, a antiga Lissus
Seu meio-irmão Caravâncio, liderando mil homens de infantaria e 50 cavaleiros, atacou a tribo dos cávios, deixando de capturar uma das suas cidades, enquanto assolava os campos da cidade de Caravandis. Uma frota de oito lembi partiu um pouco mais tarde para atacar as cidades costeiras de Epidamno e Apolônia, que estavam sob protetorado de Roma. Enquanto isso, os romanos, sob a liderança de Ápio Cláudio tinham ouvido falar da aliança que Gêncio fez com Perseu da Macedônia e da prisão dos emissários romanos. Estes haviam sido presos por Gêncio acusados de espionagem. O comandante romano levou o seu exército para os quartéis de inverno em Nymphaeum e acrescentou a suas tropas as das cidades de Byllis, Epidamno e Apolônia, quando marchou para o norte, e acampou próximo ao rio Genesus (atual Shkumbin na Albânia). 
File:Byllis Vjosa.jpg
Ruínas de Byllis
Lá ele se encontrou com o novo comandante romano, Lúcio Anício Galo, um pretor. Anício tinha passado da Itália para Apolônia com duas legiões totalizando 600 homens na cavalaria e 10.400 na infantaria e dos aliados italianos, 800 de cavalaria e 10.000 de infantaria. Sua frota, cuja dimensão não é conhecida foi reforçada por um esquema de 5.000 marinheiros. A esta força já imponente, acrescentou 200 na cavalaria e 2.000 na infantaria dos partinos, uma tribo ilíria aliada aos romanos. Estas forças combinadas trouxeram desvantagem para as de Gêncio em por 2-1.

A Queda do Reino Ardieu
A frota de Anício enfrentou os lembi de Gêncio e capturou um número deles. As forças ilírias foram derrotados em terra permitindo que aos romanos avançarem para o interior do Reino Ardieu, onde os conquistaram as cidades por demonstrações de clemência e humanidade. Gêncio concentrou suas forças em sua capital, Scodra, uma cidade bem fortificada e bem estabelecida por sua posição natural. Quando Anício aproximou-se com seu exército em formação de batalha, os ilírios fugiram para a cidade em pânico. Gêncio pediu e foi dada uma trégua de três dias esperando que Caravâncio, seu meio-irmão, viesse a qualquer momento com um exército para seu alívio, mas isso não aconteceu. Dando-se por derrotado, Gêncio enviou dois emissários, Têutico e Belo, proeminentes líderes tribais, para negociar com o comandante romano.
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monte na atual Shkodra onde ficava a cidade fortificada de Gêncio
No terceiro dia da trégua Gêncio chegou ao acampamento romano e rendeu-se a eles. Segundo o historiador Apiano de Alexandria,  Gêncio, caindo de joelhos, pediu perdão da maneira mais abjeta. Anício encorajou o rei, que tremia, levantou-o e convidou-o para jantar, tratando-o com honra; mas, quando ele estava indo embora da ceia, ele ordenou que os lictores o encerrassem na prisão. Os ilírios em Scodra renderam-se e os enviados romanos foram libertados. Um deles, Perpena, foi enviado a Roma para dar a notícia da rendição de Gêncio. O exército romano marchou ao norte do Lago Sutari e em Meteon eles capturaram rainha de Gêncio, Etuta, Caravâncio seu irmão e seus filhos Escerdilaides e Pleurato juntamente com outros líderes ilírios. 
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Localização das principais cidades do reino de Gêncio que viraram fortalezas romanas

Tito Lívio de diz que “em poucos dias, tanto em terra e mar que ele derrotou a valente tribo ilíria, que contava com o seu conhecimento de seu próprio território e fortificações”. Esta parte da campanha durou apenas 20 dias segundo Apiano. Houve certamente outras operações na parte norte do Estado Ardieu, pois Anício colocou guarnições em algumas cidades, cidadelas e fortalezas. Essas incluem as cidades de Issa, Rhizon e Olcinium e os estados tribais dos daorsos e dos pirustas. Alguns se submeteram a Roma por conta própria enquanto em outros lugares, como Faros, foram submetidos pela força e os seus bens foram saqueados.

O Triunfo de Roma
Gêncio e sua família e os outros líderes ilírios participaram do triunfo de Anício em Roma. O triunfo de Roma incluía a captura de muitas bandeiras reais (símbolos de nacionalidade e soberania), do outro montante, a mobília do próprio rei e o tesouro real. Milhões de sestércios foram obtidos com a venda do espólio, para além do ouro e da prata que foram para o erário romano. Por decisão do Senado, Gêncio e sua família foram enviados para Spoletum (atual Espoleto na Itália) e deveriam ser mantidos sob observação. Os outros cativos foram aprisionados em Roma. Porém, os habitantes de Spoletum recusaram-se a manter a família real sob vigilância, pelo que eles foram transferidos para Iguvium (atual Gubbio). O espólio apreendido na Ilíria incluída 220 barcos. Por decreto do Senado, C. Cássio Longino deu estas embarcações tomadas de Gêncio para os habitantes de Corcira, Apolônia e Epidamno. O ano da morte de Gêncio não é conhecido.


Memorial de Gêncio
Mesmo sendo derrotado pelos romanos, Gêncio pertence a história dos ilírios e em consequência a história dos povos que vieram habitar as terras que ele governou. Entre eles os albaneses que lançaram moedas e cédulas representando o último grande rei ilírio.
Moeda de 50 lekes de 1996 com a representação
equestre de Gêncio (Genti)


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Em 2008 a Albânia lançou a cédula de 2000 lekes com a efígie de Gêncio
A planta genciana-amarela (Gentiana lutea), e por extensão, o gênero Gentiana (gencianáceas), tem seu nome derivado do rei Gêncio, como um tributo a ele, pois, segundo Plínio, o Velho, e Dioscórides, naturalistas da Antiguidade, foi o rei ilírio quem descobriu que essas plantas têm propriedades tônicas. 
Genciana amarela

A Ilíria torna-se Romana
Na região do derrotado Reino Ardieu, especificamente em Rhizon, várias moedas antigas testificam da existência de um rei ilírio posterior a Gêncio chamado Ballaios. Embora a abundância das suas moedas na região sugiram que ele era uma figura muito influente não há nenhuma evidência literária ou histórica de sua existência. A ocupação romana da Ilíria poupou de sua punição apenas aquelas comunidades que haviam apoiado abertamente Roma na guerra. Aqueles que haviam sido inimigos, suas cidades, edifícios e instituições públicas foram queimadas e completamente saqueadas. Aqueles que foram poupados conservaram sua forma anterior de administração, com oficiais eleitos a cada ano, e pagaram apenas a Roma a metade os impostos de que tinham anteriormente pago a Gêncio. Toda federação baseada em ligas (koinia) foi dissolvida e cada unidade foi reconhecida como um koinon (comunidade) separado, gozando de autonomia local e muitas vezes do direito de cunhar sua própria moeda. Conquanto as terras do sul da Ilíria tinham sido submetidas de uma vez por todas, as legiões romanas continuaram por cerca de cem anos com tentativas de conquistar os territórios do norte e leste. E conseguiram.


FONTES:
http://en.wikipedia.org/wiki/Gentius
http://www.livius.org/ap-ark/appian/appian_illyrian_2.html#%A79

domingo, 22 de janeiro de 2012

PLEURATO III (205-181 a.C.)

Pleurato III (Πλευράτος em grego antigo; governou em c. 205-181 a.C.) foi um rei da Ilíria do Reino Ardieu. Pleurato era o filho de Escerdilaidas e sobrinho do poderoso rei Agron da Ilíria. Ele tinha o mesmo nome de seu avô, Pleurato II, e Gêncio seu filho foi o último rei do Estado Ardieu, desconsiderando-se Balaio, que não é totalmente confirmado pelas fontes. Pleurato continuou a política pró-romana de seu pai, ainda mais decididamente, tanto que sua lealdade a Roma era bem conhecida, até mesmo por outros líderes ilírios. Ele conseguiu estender as fronteiras do Estado Ardieu no sul, quando ele foi recompensado com as terras anexadas por Filipe V, rei da Macedônia. Por causa de sua lealdade para com os romanos, Pleurato III ganhou grande destaque em seu tempo.
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Representação de um guerreiro ilírio em um monumento
Pleurato está listado entre as partes no Tratado de Fênice em 205 a.C., o qual selou a paz entre Roma e seus aliados e a Macedônia e seus aliados. Os ilírios ardieus lutaram ao lado de Roma. Há evidências de que Pleurato pode ter reinado com seu pai como corregente antes de 205 a.C. Ele pode ter se preparado para seu futuro como único rei do Estado Ardieu. Por volta de 200 a.C. Pleurato era o único governante quando ele apareceu na sede romana em Dassaretia oferecendo ajuda para auxiliar a expedição contra a Macedônia, que encontrava-se novamente em guerra contra Roma (Segunda Guerra Macedônica, 200-197 a.C.). O cônsul romano P. Sulpício Galba recusou a oferta, mas prometeu buscar ajuda de Pleurato quando o seu exército estivesse na Macedônia. Pleurato foi aliado de Bato da Dardânia, e ambos invadiram a Macedônia em 199 a.C. Embora Pleurato tenha invadido os territórios de Filipe V pelo menos uma vez, a sua contribuição para a vitória romana em 197 parece ser mínima. Foi principalmente Bato que causou danos nos macedônios e tornou-se uma ameaça maior para as suas fronteiras do norte.
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A Macedônia e adjacências em 200 a.C.
No entanto, em 196 a.C. Pleurato foi recompensado com a posse da região estratégica de Lincéstide, que estava em mãos dos macedônios por quase dois séculos após a derrota de Bardilis, rei dos ilírios dardânios, em 358 a.C. Ao Estado Ardieu também foi dado o controle sobre os ilírios partinos, antigos aliados romanos no vale Shkumbin e cidades na Ilíria que tinham sido subjugadas por Filipe. Inicialmente Pleurato talvez tenha recebido algumas regiões antes controladas pelo Estado Ardieu e anexadas por Filipe , embora isto não seja certo. Essas concessões de terras colocaram sob o controle de Pleurato a rota para atacar a Macedônia a partir do oeste, mas a intenção romana era mais para negar o controle pela Macedônia dessas regiões do que sinal de seu respeito para com Pleurato. A Bato, por outro lado, cuja ação foi mais decisiva para a vitória romana do que a ajuda de Pleurato, não foi dado nenhum ganho territorial, tais como a Peônia que os dardânios há muito desejavam.
Vale do rio Shkumbin, onde outrora habitaram tribos ilírias
Por volta de 189 a.C., segundo o historiador Políbio, Pleurato III foi considerado como um dos mais ideais reis clientes dos romanos. No mesmo ano o rei Eumenes II de Pérgamo, um aliado de longa data dos romanos, queixou-se no Senado que Pleurato não merecia o aumento de seu poder na Ilíria. Eumenes insistiu que Pleurato realmente não fez nada pelos os romanos, sendo seu único mérito o fato de que ele não causou qualquer dano a Roma. Seja como for, Pleurato tornou-se famoso por aquilo que ele tinha ganhado a partir de sua lealdade para com romanos, e Políbio relata que em troca de não ter feito nada (de prejudicial aos romanos) ele foi feito o maior dos governantes da Ilíria. Pleurato também teve os dálmatas, no norte da Ilíria, sob seu controle, os quais mais tarde obtiveram a sua independência quando Gêncio subiu ao trono.
Fundibulário ardieu
Parte da autoridade de Pleurato, ou a maioria de fato dela, foi baseada em uma frota relativamente forte de lembi (navios leves). A Pleurato era permitido pilhar e devastar a costa da Etólia com sessenta lembi por volta de 189 a.C., mas não obteve ganhos de territórios. Isto foi, sem dúvida, feito com o conhecimento dos romanos ou mesmo em seu nome. Em 181 Pleurato morreu e foi sucedido por seu filho, Gêncio. Ao contrário de Pleurato, Gêncio desenvolveu más relações com Roma e, finalmente, lutou contra ela na Terceira Guerra Ilírica. Pleurato teve três filhos, Gêncio e Plator, enquanto Caravâncio foi apenas o filho de sua esposa Eurídice.

FONTE:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pleurato_III

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

ESCERDILAIDAS (218-206 a.C.)

Escerdilaidas (em grego: Σκερδιλαΐδας [Skerdilaidas]; governou em 218-206 a.C.) foi um rei ilírio do Reino dos Ardieus. Antes de assumir o trono Escerdilaidas foi comandante dos exércitos ilírios e desempenhou um papel importante nas Guerras Ilíricas contra os romanos. Ele foi um dos mais jovens irmãos do rei Agron e pai do rei Pleurato III e avô o rei Gêncio. Escerdilaidas participou de muitas expedições nos mares Jônico e Egeu com Demétrio de Faros e seu cunhado Amina. Durante seu reinado, Escerdilaidas inicialmente foi um aliado de Roma. Em 217, como tal, tornou-se um inimigo da Macedônia. 
Ilustração de oficiais ardieus
Com os romanos ocupados na sua guerra com Cartago, Filipe V da Macedônia procurou tomar o sul da Iliria de Escerdilaidas e fez vários avanços no Estado Ardieu de 214 a 210 a.C. No entanto, Filipe tinha mais do que apenas os romanos com que se preocupar. A Macedônia era uma presença odiada no Mediterrâneo e por isso os etólios (gregos) e os dardânios (ilírios) sob o rei Longaro juntaram-se a Escerdilaidas para derrotar Filipe V em 208 a.C. Sem chance de vitória, o rei macedônio aceitou a paz em 205 a.C. Diferentemente da maioria dos reis ilírios, muitos dos quais só há dados esparsos, Escerdilaidas é muito mencionado nos escritos dos historiadores Apiano, Tito Lívio e Políbio, em suas crônicas das guerras romanas e gregas.

Escerdilaidas, o Comandante
Escerdilaidas, muito tempo antes de ser rei, foi um dos líderes centrais que determinaram a política ilíria. Ele foi o comandante do exército ilírio durante o reinado de seu irmão, Agron. Escerdilaidas também serviu sob a rainha Teuta e até mesmo Demétrio de Faros. Ele foi um dos principais defensores de Teuta quando ela assumiu o trono dos ardieus como regente do jovem príncipe Pines. Ele desempenhou um papel determinante nos planos de Teuta para criar uma frente militar no Adriático contra Roma. Sob o reinado de Teuta, Escerdilaidas foi o comandante de uma grande força militar durante a invasão do Épiro em 230 a.C. Escerdilaidas marchou para o sul através da passagem de Antigoneia para ajudar as forças do Teuta na capital epirota de Fênice. A notícia de que Escerdilaidas estava a caminho fez com que os epirotas enviassem parte das suas forças para o norte para proteger a cidade. Após o sucesso inicial dos ilírios, o Épiro pediu assistência das Ligas gregas, enquanto o exército de Teuta, tendo se juntado com a força sob Escerdilaidas, marchou para o interior até Halicranum, no interior do Épiro, na moderna planície de Ioannina . 
Cavaleiro ardieu
Escerdilaidas escolheu uma boa posição e preparou o exército para a batalha contra as Ligas no dia seguinte, as quais estavam confiantes na vitória. Chegaram de Teuta ordens para que o exército ardieu se retirasse, porque alguns ilírios revoltados no interior do Estado Ardieu se juntaram ao Estado Dardânio sob o rei Longaro que queria invadir a região norte do estado de Teuta. Escerdilaidas foi forçado a recuar e proteger as fronteiras do norte do Estado Ardieu contra Longaro. Como Escerdilaidas marchou para o norte, Teuta garantiu um tratado de paz em favor do Estado Ardieu com o Épiro. Ainda no Épiro, Escerdilaidas liderou uma frota de lembi no Mar Jônico que pilhou Corcira (atual Corfu) e Onchesmos (atual Sarandë) e interceptaram e saquearam alguns navios mercantes de Roma.
File:Epirus antiquus tabula.jpg
Corcira e o Épiro
Após a derrota da rainha Teuta em 228 a.C. durante a Primeira Guerra Ilírica, que opôs o reino dos ardieus à República Romana, o jovem rei Pines, que era formalmente o governante do reino sob regência de Teuta, foi confirmado como rei de um limitado Estado Ardieu pelos romanos vitoriosos. Porém, Pines era ainda muito jovem, e logo a regência foi assumida por Demétrio, governador de Faros e colaboracionista ilírio dos romanos, que se casou com a mãe de Pines, Triteuta, a primeira mulher do rei Agron. Isso aconteceu, provavelmente sem o consentimento de Roma, mesmo que Demétrio fosse seu aliado.

Escerdilaidas e Demétrio
Em 220 a.C. Demétrio e Escerdilaidas fizeram uma expedição conjunta ao longo da costa do mar Jônico ao Peloponeso com noventa lembi, e, portanto, Demétrio violou o tratado com Roma. Depois de um assalto a Pilos, no oeste do Peloponeso, ter falhado, eles separaram suas forças; Demétrio foi tentar pilhagem nas ilhas Cíclades, enquanto Escerdilaidas voltou para o norte. Sendo assim, Demétrio com cinqüenta navios migrou em uma expedição de pirataria no mar Egeu, enquanto Escerdilaidas, com os restantes quarenta navios, concordou em apoiar os etólios contra uma invasão da Liga Aqueia. Parando em Naupactus, Escerdilaidas foi incentivado por seu cunhado, Aminas, rei dos atamanes, para se juntar à planejada invasão da Acaia. Escerdilaidas e seus aliados também atacaram, mas não conseguiram tomar a cidade de Cleitor. Enquanto Escerdilaidas colaborou com os etólios, Demétrio foi persuadido a apoiar a causa da Macedônia contra a Etólia em seu retorno através do istmo de Corinto, sem muito sucesso, no entanto. Demétrio retorna ao Estado Ardieu e começou a reviver o poder ilírio no Adriático, o que o fez colidir com os interesses de Roma: Eem 219 a.C. ele foi derrotado pelos romanos durante a Segunda Guerra Ilíria (220-219 a.C.).
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Pilos
Escerdilaidas e a Macedônia
Após a Segunda Guerra Ilírica, Pines foi novamente proclamado rei. Entretanto, além de não ter o apoio suficiente de seus súditos, o rei morreu repentinamente aos 15 anos de idade em 217 a.C. Escerdilaidas assumiu o papel de seu sobrinho e tornou-se rei. Roma, devido a problemas que teinha com Cartago no momento, não interveio. Já em 220, Escerdilaidas entrara em uma aliança com Filipe V da Macedônia. Escerdilaidas tinha ajudado Filipe durante a Guerra dos Aliados (também conhecida como Guerra Social) contra os espartanos, mas isto produziu pouco lucro para ele. O suporte de Escerdilaidas para a Macedônia contra os etólios foi cerceado por " tramas e conflitos " causados pelos governantes de várias cidades.
File:IllyrianKingorNoble.jpg
Representação de um nobre ou rei ilírio
Em 217 a.C., Escerdilaidas deixou seu apoio a Filipe V, sustentando que lhe foi prometido um subsídio que não foi pago e há muito esperado. Ele despachou 15 navios ostensivamente para coletar e acompanhar o pagamento, mas na ilha de Leucas, ao sul de Corcira, suas forças mataram dois dos amigos coríntios de Filipe e apreenderam seus quatro navios. A frota de Escerdilaidas, então, rumou para o sul e começou a saquear as embarcações em torno do Cabo Malea no sul do Peloponeso. Em resposta Filipe preparou uma grande força naval de cinquenta navios, de tipos diversos, que seguiu para o sul a toda a velocidade para lidar com Escerdilaidas. Este contra-ataque por Filipe foi muito lento e errou seus alvos. Escerdilaidas passou a marcha para Dassaratia tomando várias cidades e invadindo partes do oeste da Macedónia. Ele saqueou Pisseu na Pelagônia e invadiu alguns distritos da fronteira com Filipe. Antes do inverno, Filipe havia ocupado a área de Lincéstide, cortando a rota direta desde a Iliria, e estendeu seu poder sobre Dassaretia. Filipe estava planejando uma invasão à Iliria, no entanto, lá ele enfrentaria não só os navios lembi de Escerdilaidas, mas também os navios de guerra mais pesados da marinha romana.
Guerreiros ilírios

A Primeira Guerra Macedônica (214-205 a.C.)
Em 214, estourou a primeira guerra entre os romanos e os macedônios. Escerdilaidas logo entrou em uma aliança com Roma. Influenciado por Demétrio de Faro, que agora era aliado da Macedônia, o primeiro alvo de Filipe foi a costa da Ilíria. Em 216, ele havia construído uma frota de cem navios leves de guerra, usando mão-de-obra especializada dos ilírios. Ele levou sua frota, contornando o Peloponeso, para o Adriático, situação essa, com resultado tão imprevisível, que Roma, no meio de seu confronto com o general cartaginês Aníbal, não poderia intervir diretamente. Escerdilaidas apelou por ajuda e os romanos enviaram dez quinquerremes pesados da Sicília. Filipe fugiu e a invasão da Iliria foi evitada naquele momento. Duas vezes frustrado em tentativas de invasão da Iliria por mar, e agora limitado pela frota do comandante romano Levino singrando pelo Adriático, Filipe passou os próximos dois anos (213-212 a.C.) fazendo avanços na Iliria por terra. Mantendo-se afastado da costa, ele tomou a cidades do interior de Atintania e Dimale, e subjugou as tribo ilírias dos dassaretas e dos partinos e a parte sul do Estado Ardieu.
Localidade de Shkodra, onde outra havia a
cidade de Scodra, capital dos ardieus
Escerdilaidas com seu filho Pleurato (III), Longaro, rei do Estado Dardânio e a Liga Epirota, juntamente com a Liga Etólia aliaram-se uns com os outros, de acordo com a resposta de Roma. Durante o conflito, Escerdilaidas lutou para recuperar o terreno perdido durante a Primeira Guerra Ilírica, mas o Tratado de Fênice em 205 a.C., que pôs fim a Primeira Guerra Macedônica, reconheceu formalmente a posição favorável da Macedônia, incluindo a captura das comunidades do sul da Ilíria. Escerdilaidas morreu pouco antes de o tratado de 205, pois apenas seu filho Pleurato III está listado entre os presentes em Fênice.

FONTE: