domingo, 15 de janeiro de 2012

AGRON (250 – 230 a.C.)

Agron (em grego Ἄγρων; governou em c. 250-230 a.C.) foi o maior rei do Reino Ardieu. Filho e sucessor de Pleurato, Agron trouxe um grande avivamento entre os ilírios; durante o seu reinado, o Estado Ardieu não foi apenas o reino ilírio mais poderoso do tempo, mas também um dos maiores na região dos Bálcãs. Ele conseguiu estender o domínio ilírio sobre muitos povos e cidades nas regiões dos mares Adriático e Jônico. Ele é mais famoso por sua vitória decisiva sobre os etólios, que na época eram considerados o maior poder na Grécia. Agron foi mencionado por dois historiadores greco-romanos, Apiano (95-165 d.C.) em sua Guerras Estrangeiras e Políbio (203-120 a.C.) em suas Histórias. Agron chegou ao poder como rei e comandante-em-chefe quando os ardieus estavam em declínio e sem um líder forte. Após o declínio do Épiro com a morte do rei Pirro I, Agron obteve grandes avanços na melhoria da sorte dos seus súditos. Cidades rapidamente floresceram porque ele reduziu a autonomia local de tribos diferentes. 
File:KingdomofAgron.png
O reino de Agron
Agron estendeu seu domínio sobre outras tribos vizinhas também. Ele anexou parte do Épiro, a cidade de Epidamno e as ilhas de Corcira e Faros, e colocou guarnições nesses locais. Seu domínio se estendia desde Narona, no sul da Dalmácia para o rio Aoos e Corcira. Durante seu reinado, o Reino Ardieu atingiu o auge de seu poder. O exército e a frota dos ardieus tornaram-se uma grande potência regional nos Balcãs e no sul do Mar Adriático. O rei recuperou o controle do Adriático com sua frota de navios de guerra (Lembi), uma dominação exercida outrora pelos ilírios liburnianos. Nenhum de seus vizinhos era quase tão poderosos. Políbio escreveu sobre Agron : "Agron, rei dos Ilírios, era filho de Pleurato, e possuía a força mais poderosa, tanto por terra e mar, de qualquer um dos reis que reinou na Ilíria antes dele." Agron deu a cidade de Faros na ilha de mesmo nome (atual ilha Hvar na costa da Croácia) para Demétrio de Faros para administrá-la como seu governador.
Embarcação ilíria
As cidades gregas (poleis) na costa da Ilíria foram sistematicamente atacados e talvez conquistadas por forças de Agron. Roma respondeu a um apelo da ilha de Issa, ameaçada por Agron, enviando emissários. Eles nunca chegaram lá. Eles foram atacados por navios a caminho da Ilíria, e um deles foi morto juntamente com um embaixador issaeano. Então Roma empreendeu uma ação militar contra a mulher de Agron, a rainha Teuta, pois Agron tinha morrido nesse ínterim.  Mas antes, em 234 a.C., a monarquia no Épiro chegara ao fim e uma república federativa foi instituída pelos epirotas. No sul, a parte ocidental da Acarnânia separou-se desse arranjo. Sua independência foi logo ameaçada pelos etólios, que começaram a ocupar o território em torno do Golfo de Ambrácia, incluindo antiga capital de Pirro I, Ambrácia, o que obrigou os epirotas a estabelecerem um novo centro em Fênice. Sitiados em Medion, os acarnânios procuraram auxílio do rei Demétrio II da Macedônia, cuja a maioria do tempo de seu reinado tinha sido em guerra com as Ligas gregas dos etólios e dos aqueus. Em resposta, o rei macedônio trouxe Agron para o conflito.
IPB Image
As ligas Etólia e Aquéia e o reino da Macedônia
O ataque Ilírio sob Agron, ocorrido entre 232 ou 231 a.C., contou com 100 navios lembi com 500 homens a bordo e partiu para Medion. Lançando a âncora ao amanhecer, eles desembarcaram rapidamente e em segredo. Eles formaram-se na ordem em que era habitual em seu próprio país e avançaram em vários grupos contra as linhas etólias. Esses foram tomados de espanto ante a natureza inesperada e ousadia do movimento, mas eles  estavam inspirados com auto-confiança e tinham plena certeza que suas próprias forças estavam longe de ser desanimadas. Eles colocaram a maior parte de seus hoplitas e a cavalaria na frente de suas próprias linhas sobre o nível do solo, e com uma parcela de sua cavalaria e sua infantaria leve que se apressou a ocupar algum terreno subindo na frente de seu acampamento, que a natureza tinha feito facilmente defensável.
Αρχείο:Gria cave in Acropolis of Medeon.jpg
Acrópole da antiga cidade de Medion na Ambrácia
No entanto, um único ataque dos ilírios, cujo número e a ordem fechada deu-lhes um peso irresistível, serviu para desalojar as tropas levemente armadas e forçou a cavalaria que estava no chão com eles para se retirar aos hoplitas. Porém, os ilírios estando em terrenos mais altos e investindo dele para baixo sobre as tropas etólias na planície, expulsou-as sem dificuldade. Os habitantes de Medion juntaram-se à ação atacando os etólios. Assim, depois de matar um grande número guerreiros etólios, e tendo feito um número de prisioneiros ainda maior, e tornando-se senhores também de suas armas e outros despojos, os ilírios, tendo realizado as ordens de Agron, levaram toda sua bagagem e o resto da sua presa para os seus barcos e imediatamente partiram para seu próprio país.
Ilustração de uma galera ilíria
A derrota dos etólios, os quais ficaram famosos por sua vitória sobre os gauleses, que haviam invadido os Bácãs uma geração antes, causou sensação na Grécia. Agron ficou extasiado quando seus navios retornaram e soube da vitória de seus comandados. Agron, em seguida, bebeu tanto em meio à celebração, que foi relatado que, este e outros desregramentos similares, provocaram um ataque de pleurisia que o matou dentro de poucos dias. Agron morreu no inverno de 230 a.C. Seu filho, Pinnes, sucedeu-o e governou de jure (embora nunca de facto ) por treze anos. Tritueta foi a primeira esposa de Agron e mãe de Pinnes. Agron divorciou-se dela. A segunda esposa de Agron foi a rainha Teuta, que atuou como regente após a morte de Agron.
O reino dos ardieus no contexto europeu
FONTE:

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