Bato (governou em c. 206-176) foi um rei da Ilíria do reino da Dardânia. É também conhecido como Bato da Dardânia para diferenciá-lo de outros líderes ilírios de mesmo nome. Bato era o filho do rei Longaro dos dardânios a quem sucedeu e irmão de Monúnio II que governou depois dele. Bato lutou ao lado dos romanos contra a Macedônia durante a Segunda Guerra Macedônica (200-197 a.C.). Bato é conhecido por usar táticas avançadas de guerra contra o general macedônio Atenágoras. Bato se tornou uma grande ameaça para os macedônios, mas quando a guerra acabou, as relações entre dardânios e romanos logo diminuíram.
Espadas ilírias |
Quando os romanos voltaram à Ilíria em 200 a.C. sob o comando do experiente comandante P. Sulpício Galba, eles esperavam o apoio de seus antigos aliados. Após as vitórias romanas muitos reis, inimigos da Macedônia chegaram ao acampamento romano: Pleurato III do reino dos ardieus, Aminandro, rei dos atamanianos e Bato do reino da Dardânia. O comandante romano lhes disse que os chamaria para auxiliá-lo quando seu exército entrasse na Macedônia. Bato estava esperando que, com os ganhos territoriais que Roma tinha conseguido, ele teria a Peônia sob seu controle. Filipe V percebeu que a linha de avanço dos romanos seria no vale Erigon e assim ele estava determinado a proteger seus flancos a partir de incursões pelos aliados romanos, os etólios no sul e as forças Bato no norte. Ele ordenou que seu filho Perseu bloqueasse a passagem que conduz a Pelagônia. Quando os romanos fizeram seus movimentos Filipe reconvocou as tropas sob Perseu, e sua cavalaria os derrota em Ottobolus sobre o rio Erigon, porém os exércitos de Pleurato e Bato tinham atravessado as passagens e já estavam na Macedônia.
A Ilíria e reinos vizinhos em 200 a.C. |
Em 199 a.C., Bato aproveitou o engajamento de Filipe em uma guerra com os romanos para intervirem na fronteira ocidental do reino. Embora as invasões fossem de vários povos, foram os dardânios que fizeram o maior dano. Assim que os romanos deixaram para invernar em Apolônia, Filipe enviou seu general Atenágoras contra o exército da Dardânia, que estava voltando para casa carregado de despojos. No início, Atenágoras fez escaramuças contra suas linhas de retaguarda, mas por fim o exército de Bato virou-se para enfrentar diretamente seu oponente. Os macedônios os atacaram com sua cavalaria e infantaria leve. Bato não tinha um exército deste tipo e estavam carregado de armas pesadas, mas a natureza do terreno o ajudou. Poucos foram mortos e mais alguns ficaram feridos, mas nenhum foi feito prisioneiro. O exército dardânio sob Bato era uma força militar bem organizada de acordo com as táticas mais avançadas da época, mas também se distinguiu pela disciplina, coragem e solidariedade.
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A notícia da vitória romana sobre Macedônia em 197 a.C., fez com que Bato mais uma vez interviesse no vale do rio Áxios (Vardar), mas Filipe os derrotou-o perto de Stobi, importante cidade da peônia, com um exército que tinha apressadamente recrutado nas cidades de seu reino. Os macedônios continuaram a manter Bylazora sob seu domínio e através dela a Peônia, a qual há cerca de 30 anos os dardânios ainda estavam exigindo mesmo depois de outra grande vitória romana. Bato não recebeu nenhuma terra como ele esperava, em contraste com o Reino dos Ardieus, ao qual foram dadas terras pelas quais o rei Pleurato III poderia atacar Macedônia a partir delas. Isto irritou o Estado Dardânio que esperava para anexar terras macedônias e libertar a Peônia, sua aliada. Tal é o estado de insatisfação com a política romana de que em 190, os etólios procuram mercenários de Bato em sua guerra contra Roma.
Ruínas de Stobi |
Desde que foi difícil derrotar militarmente a Bato, Filipe V elaborou um plano para fazer com que a tribo céltico-germânica dos bastarnas se voltasse contra os dardânios. Ele propôs a eles que iria abrir um caminho para o Estado Dardânio para que os bastarnas pudessem fixar-se ali por um tempo e depois continuar seu caminho através da Ilíria, chegando finalmente à Itália. O propósito de Filipe era expulsar os dardânios e assentar os bastarnos em suas terras, e quando esses fossem para a Itália, deixarima suas mulheres e crianças na Dardânia. Coube a Monúnio II, o irmão de Bato, para enfrentar os bastarnas, quando sucedeu Bato em 176 a.C.
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